quarta-feira, 2 de março de 2016

  Como gerar cientistas no Brasil de hoje



Físico Leandro Schip, do Parque da Ciência Newton Freire Maia em Pinhais/PR

   Tive o prazer de passar esse sábado no Madatech, Israel National Museum of Science, Technology, and Space, uma tarde realmente especial. Em várias partes do museu vi placas de empresas e indíviduos que doaram somas de recursos para partes do museu, exposições específicas ou simplesmente para a manutenção do museu. A estrutura realmente muito boa, muito conservada, no entanto, nesse dia de maior movimento (com uma entrada custando 90 Shekels (em torno de 100 reais), meia para estudantes do Technion =D) vi apenas um monitor na expoisição principal, no restante do parque não vi ninguém. No entanto mesmo assim, as crianças se divertiam pra valer, assim como muitos pais também. Gostaria de fazer um paralelo com nossos museus e parques de ciências pelo Brasil, que nunca poderiam cobrar uma entrada nesse valor, e que em raríssimas excessões podem contar com algum recurso privado. 

   Temos diversos museus interativos no Brasil, como exemplo o Parque da Ciência Newton Freire Maia em Pinhais/PR, a Estação Ciências e o Museu Catavento em São Paulo, o Museu de Ciência e Tecnologia da PUCRS em Porto Alegre, o Espaço Ciências em Recife, a Casa da Ciências em Aracaju. O que vi em comum em todos esses lugares? Dois ingrediantes principais, infelizmente falta de recursos e em alguns casos um completo desprezo por parte das “autoridades” públicas, e o outro ingrediente, uma vontade, garra e criatividade enorme por trás das pessoas envolvidas com o funcionamento dessas instituições, normalmente com vários monitores e até diretores dando verdadeiras aulas. São situações assim que me fazem amar mais minha nação. Por mais que muitos discordem, em minha perspectiva, a divulgação científica tem a mesma importância que o avanço da ciência em si. Uma nação NÃO avança tecnologicamente com alguns poucos cientistas e engenheiros, e uma corja de ignorantes e analfabetos funcionais no poder.

   Esse meu grande amigo da foto era um daqueles físicos metidos, daqueles que se metem em tudo, não tinha medo de não saber, se não sabia estudava, se era necessário ele fazia, principalmente quando o assunto era educação e difusão de ciências. Esse grande amigo, não só era um excelente educador, mas um excelente físico, técnico em automação, além de um grande cineasta. Esse cara pensou muito “fora da caixa” e tenho certeza que milhares de jovens que passaram pela sua vida no Parque da Ciência em Pinhais olham a ciência de um modo especial. A sua missão foi muito bem cumprida amigo, ficaram muitos discípulos, que venham mais Schips para formar a base da nossa nação.

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