domingo, 21 de agosto de 2016

Spinoff de Educação Tecnológica Avançada da Acrux é selecionada como umas das iniciativas mais inovadoras e promissoras do Brasil! Fomos selecionados para o Programa INOVATIVA 2016! 
Vamos levar recursos tecnológicos de ponta onde nunca chegaram antes no Brasil! De forma acessível, integrada, humanizada, pensado justamente para os Professores e Alunos desse Brasil!

Inovando e Inspirando... Esse é o nosso jeito!


quarta-feira, 3 de agosto de 2016

NewSpace e a oportunidade de reinvenção do
Programa Espacial Brasileiro

por: Oswaldo Loureda
A primeira fase da exploração
O Programa Espacial Brasileiro – PEB teve início em 1961[1] oficialmente, com o GOCNAE, no entanto é um tanto quanto difícil precisar uma data, pois as aspirações espaciais no Brasil nasceram nos corações de alguns pioneiros vários anos antes, como Dr. Fernando Mendonça[2], Cel. Lage[3], Mal. Casimiro Montenegro[4] e outros tão visionários quanto. Tivemos suporte governamental, cooperações, programas de treinamento e até visitantes ilustres, como Von Braun, Armstrong, Faynman, toda atmosfera favorecendo a criação de um programa espacial de grandes proporções.

Apesar do Brasil figurar apenas atrás dos EUA e URSS no campo de foguetes suborbitais na década de 1950, com foguetes carregados com formulações de base dupla, eramos a nação mais promissora a seguir os passos desses dois grandes gigantes espaciais[3]. Após todos os desenvolvimentos e avanços na década de 60, motivados pela guerra fria, a década de 70 trouxe uma brusca diminuição nos investimentos estatais em ambos os lados da disputa. Claro, tanto NASA como ROSCOSMOS, continuaram as décadas seguintes com massivos programas como Skylab, Space Shuttle, Mir, Salyut e ISS, no entanto os recursos diminuiram progressivamente[5].


A segunda fase da exploração
Entre as décadas de 70 e 80 vemos uma nova euforia no campo espacial, e outras nações começam a avançar com planos de satélites e lançadores próprios, como podemos notar preliminarmente ISRO (Índia), CNES (França) e CAST (China), e mais recentemente paises como Coreia do Sul (KARI) e Israel (ISA) começam a investir consideráveis volumes de recursos humanos e financeiros em seus próprios programas espaciais.

Essa movimentação foi responsável por aumentar exponencialmente o número de laboratórios, fornecedores e pesquisadores do setor espacial mundo a fora, fazendo com que gradualmente o Espaço comece a ser visto e explorado como uma grande oportunidade de negócios, o que retroalimentou a primeira “revolução industrial espacial” onde as grandes e secretas empresas estatais ou quase estatais que sobreviviam apenas de contratos governamentais, começaram a interagir mais livremente em um novo mercado, ainda pouco explorado, no entanto altamente qualificado. Um bom exemplo pode ser observado pelas atividades da empresa Antrix, responsável pela comercialização dos serviços de lançamento de satélites, com veículos lançadores do ISRO[6].


A terceira fase da exploração
Na virada dos anos 2000, a ideia de inovação tecnológica como a conhecemos hoje, ganhou forma, e o tipo de meio ambiente presente em Palo Alto e em outra meia dúzia de pontos no globo passou a ser referência a ser seguida, e centenas de novos polos de inovação tecnológica começaram a surgir pelo planeta. Boa parte dessa empolgação pode ser atribuida sim a explosão das empresas ponto com, no entanto, esse processo foi sem dúvida o catalizador para uma nova revolução que culminou no que conhecemos hoje como empreendedorismo tecnológico. O meio ambiente proporcionado por centros de inovação, parques tecnológicos, incubadoras e aceleradoras, em essência ao menos, mesclados a empresas tecnológicas de grande porte, universidades e orgãos governamentais vem permitindo ao longo dessas últimas 2 decadas principalmente, o surgimento de um nova espécie de empresa, as atualmente famosas Start-Ups.

Definição das Startups
Muito se fala hoje em dia a respeito das StartUps, porém sua denifinição ainda é controversa, o que é certo afimar é que suas operações são consideravelmente diferentes de empresas já de maior porte com longo histórico de atuação e estabilidade. Uma das melhores definições que já encontrei a cerca de estar no comando ou ser fundador de uma dessas empresas foi a seguinte: “...É como comer vidro e estar na borda do abismo”[7], e esse sentimento compartilhado pela grande maioria dos pequenos empreendedores tecnológicos fazem com que arrisquem mais, trabalhem mais, sejam mais ágeis e busquem psicoticamente ser mais eficientes. 


Na maioria dos novos empreendimentos tecnológicos se notam também uma excelente formação acadêmica por parte dos fundadores, muitas vezes ainda em curso, assim como uma caloroza paixão obstinada pelo tema de suas teses de negócio, o que em muitos casos acaba por ser uma armadilha cruel, onde a dor de declarar a falência so é menor do que a de receber inúmeros cobradores na porta de casa.
No entanto, na última década vemos um novo componente entrando nessa já complexa equação. Os fundos de investimento privados, investidores individuais ou anjos, capitalistas de risco e outros personagens presentes no folclore da inovação tecnológica. Por mais que hajam algumas reservas e adjetivos negativos a esses componentes do sistema, a introdução desse tipo de prática financeira foi o último componente vital que tem multiplicado casos de sustentação, maturação e expansão de startups tecnológicas. Tal figura tem desempenhado um papel fundamental no suporte financeiro para o mínimo de estruturação das empresas, assim como o de manter o fundador sonhador bem preso ao chão, obviamente algumas vezes de formas mais duras que outras.

Surgimento das Startups espaciais & NewSpace
A congruência de todos esses fatores citados anteriormente, juntamente com o avanços das tecnologias, principalmente de novos materiais e a miniaturalização dos sistemas eletrônicos tem permitido o surgimento de uma nova classe de empresas aeroespaciais que até pouco tempo atrás eram impossíveis. No campo de satélites, as plataformas baseadas na classe CubeSat[8] vem reduzindo gradativamente os custos de sistemas espaciais, inclusive atualmente já se desenvolvem submultíplos, como os TubeSats[9], PocketQubes[10] (1/8 U) e ThumbSats (1/24 U). Diversas novas abordagens, filosofias de projetos e padrões da indústria tem se desenvolvido partindo de discussões nesses ambientes inovadores, geralmente conhecidas por NewSpace, as mais impactantes no setor foram;

·        Padrão Cubesat; Padrão de satélite cúbico de 100mm de aresta, com até 1330g de massa total por unidade (U). Tal padrão tem permitido a construção de espaçonaves com custos partindo de US$ 35k á US$ 250k (3U) e lançamentos custando entre US$ 60k e US$ 260k. Para as finanças de projetos espaciais, esses números são expressivamente baixos, o que tem motivado o emprego desse padrão em dezenas de universidades mundo a fora, assim como diversas missões governamentais e comerciais estão  atualmente sendo modeladas com esse padrão, indo normalmente de 3 unidades cubesats (3U) como o MMM-1 proposto pela AEL até 12U normalmente. Entre as missões mais consideradas estão as de sensoriamento remoto, emprego militar tático, comunicações e voo em formação.



·  COTS; Gradativamente, a indústria aeroespacial vem investindo considerável tempo em arquiteturas mais robustas que permitem o máximo emprego possível de componentes de prateleira (Commercial Off-the-Shelf ou COTS), em detrimento de componentes qualificados para uso espacial, que são via de regra até 100x mais custozos que os similares COTS.



·        D4M; Projeto voltado para a manufatura ou Design for  Manufacturing, é uma filosofia de projeto onde se prioriza geometrias, acabamentos e materiais que tornem a fabricação do componente mais rápida, barata e menos complexa, sem influenciar consideravelmente na performance do componente. Nesse sentido, a mais recente ampla disponibilidade de materiais de alta performance como Nanotubos de carbono, polímeros com memória de forma, compósitos pré impregnados, e processos de manufatura aditiva, tem impactado diretamente nesse sentido.



·       Responsive & Reinventing Space; Filosofia de redução de custos por meio do uso de soluções e alternativas tecnologicas que vão de encontro com o princípio de Paretto 80/20, o que representa didaticamente, um investimento de recursos de apenas 20% para se alcançar 80% da performance de um sistema que exigiria 100% de recursos. Atualmente temos visto isso de forma repetiva por meio dos lançamentos da SpaceX e das missões espaciais de baixo custo de paises como China e India.

Essas tecnologias, assim como outras associadas as startups, juntamente com o espírito inovador dessas organizações tem viabilizado abordagens inteiramente novas sobre as missões espaciais, permitindo reduções de custo expressivas. No campo de satélites, como discutido anteriormente, a tendência global é de satélites cada vez menores e mais customizados, com grande tendência de se basear na plataforma cubesat[11]. Outra tendência notável nessa classe de espaçonave, esta no voo em formação, ou a construção de constelações com satélites identicos, cobrindo assim enormes áreas, sem um aumento considerável de complexidade ou mesmo de custo de operação. Tais abordagens tem sido alvo de muita especulação para aplicações principalmente em C4ISR.
O outro ponto chave desse mercado bilionário esta no serviço de lançamento desses satélites, e tal mercado tem se mostrado extremamente atrativo, no entanto, para que seja viável comercialmente o custo do lançador e todo o serviço deve permitir uma relação de custo na ordem de US$ 60k/kg. Atualmente, as soluções mais adequadas comercialmente tem sido a adaptação de ICBMs  para esses lançamentos combinados, ou mesmo caronas em lançadores convencionais. As limitações técnicas e regulatórias dessas soluções são extremamente complexas, tornando a tarefa consideravelmente custoza e política em alguns casos. 


Visando esse promissor mercado, algumas dezenas de empresas pelo mundo tem focado em soluções de Nanolançadores, no entanto, baseado na relação de custo estabelecida pelo mercado, um suposto Nanolançador com capacidade para satelitizar até 45 kg em LEO (300km) precisa ter um custo total, incluindo operacional, na ordem de US$ 2.5M, o que tem se mostrado um grande desafio até o momento.

Tendência e Limitação das Integradoras  
Um dos principais quesitos que tem dirigido o mercado na direção de soluções dessa natureza esta justamente no custo, e uma das práticas mais comuns do setor aeroespacial, esta na terceirização em massa dos projetos. Tal prática reduz os riscos do projeto, principalmente tecnológicos, porém traz uma enorme penalidade em custo final. Nesse sentido é possível notar o exemplo das empresas SpaceX,  BlueOrigin e RocketLab que apesar do risco tecnológico, adotaram com sucesso a estratégia de desenvolvimento da maioria seus subsistema internamente, ao mesmo passo que outras startups como Armadillo, Masten, XCOR e InterOrbital Systems não tem tido sucesso em levantar financiamento para seus desenvolvimentos. Na contramão dessa tendência, ainda é possível identificar algumas startups que optaram por uma estratégia de ganho de valor por integração, o que ainda mantem os custos de seus produtos em um patamar que não permite o mercado ganhar o volume que poderia, tal estratégia foi adotada pela maioria dos fabricantes de plataformas cubesat, que são na vasta maioria integradores ou integradores de subsistemas.
Com o crescimento da competitividade nos próximos 5 á 10 anos, e a maior demanda nesse mercado, as soluções que permacerão tanto no campo de plataformas como sistemas de lançamento serão, não somente as empresas que tiverem sucesso em levantar financiamento, mas complementariamente as que tiverem maior índice de desenvolvimento e manufatura in house.

O que aconteceu ao PEB
Assim como os programas espaciais de outras nações o PEB naturalmente buscou desde o ínicio parcerias com a indústria nacional, já que o tema era e continua sendo sensível. Um dos primeiros desafios eram os tubos de aço de alta resistência sem costura, o que não dispunhamos no início dos programas de foguete do Exército e Marinha, então juntamente com uma indústria nacional e por meio de subsídios governamentais passamos a produzi-los. Diversos casos similares aconteceram, tanto entre empresas privadas como estatais. Já nas décadas de 60 e 70 o Brasil possuia plena capacidade industrial para a fabricação de todos os componentes do avançado propelente composite a base de perclorato de amônio, polibutadieno e alumínio, assim como sistemas de rádio, telemetria, aços especiais, tintas antiestáticas e uma miríade de componentes, nosso programa SONDA foi essencial para esse domínio tecnológico, que sem dúvida beneficiou toda nossa indústria de base.



Em algum ponto, entre a década de 1980 e 2000, com boa parte da infraestrutura já estabelecida, vemos novas empresas se estabelecendo para atender aos interesses do PEB específicamente ou em combinação com o MD, no etanto, agora em um programa ainda mais claramente civil. Esse processo de estabelecimento de empresas espaciais seguiu um modelo que mesclava um foco em recursos comparável aos grandes prime contractors norte americanos, porém com uma visão de negócios consideravelmente estreita, dirigidas em parte por antigos servidores dos orgãos executores dos programas.
Juntemos a essa equação limitadas habilidades estratégicas e gerenciais por parte desses novos empresários, a maldição do brasileiro de se buscar obter vantagens mais por favores pessoais do que por competência e programas com recursos financeiros randômicos, e temos ai como produto dessa equação uma indústria de base espacial instável, viciada, endividada, e totalmente dependente de contratações governamentais ou eventuais irrigações oriundas de subvenções de P&D FINEP, BNDES, FNDCT e FAPs principalmente, e obviamente incapazes de competir no mercado internacional.
Os orgãos de gerenciamento e execução do PEB, estão a muito tempo sobrecarregados e sem a metade dos funcionários que deveriamos ter para uma operação minimamente confortável, vide pela NASA que possui um orçamento variando entre 100 e 200 vezes maior que o nosso, e tinha em 2012 antes da aposentadoria dos Space Shuttles 19.000 funcionários internos e 59.000 subcontratados[12]. Essa situação de sobrecarga, uma considerável incerteza política, uma lei de licitações que não impede fraudes, mas que traz um enorme peso e atraso ao processo de P&D, aliada a indústria de base espacial descrita anteriormente, só poderia nos trazer resultados aquém do que o Brasil merece, nem mesmo executar o orçamento aprovado temos conseguido nessas condições[13]. Na verdade se analisarmos friamente as condições de contorno de nosso PEB, perceberemos que temos algumas centenas de profissionais altamente capazes e comprometidos, pelos resultados apresentados até então, incluindo os 21 servidores do IAE que perderam suas vidas tragicamente no acidente de 2003.


Pouco se fala sobre, mas esses senhores sabiam dos riscos aos quais estavam submetidos em suas atividades, eles tinham ciência que o DMS havia sido removido do projeto, e sabiam estar submetidos a um nível maior de risco, para mim particularmente o que mais impressiona e inspira, é que esses senhores tomaram a decisão de continuar na missão não por incompetência ou ignorância, nem por fama, muito menos por um alto salário ou lucros, mas por um profundo e heróico sentimento de dever patriótico.

Por que as StartUps podem dar novo fôlego ao PEB
Atualmente vemos um movimento bastante intenso de startups espaciais surgindo em todo mundo, e temos observado uma série de paradigmas, dógmas e práticas sendo ultrapassadas por tecnologias disruptivas. Observamos um piloto atravessando a linha de Kármán com um veículo totalmente privado em 2004 com investimento de US$ 25M. Vimos uma empresa fundada por um investidor privado fabricar e lançar com sucesso um veículo lançador por sua conta e risco em 2008, com apenas 6 anos de desenvovlvimento e US$ 90M de investimento. Dezenas de empresas se envolveram com a competição Ansari Xprize, onde várias permanecem até hoje com desenvolvimentos para o setor, como a atual Virgin Galactic, XCOR, ARCAS, Armadillo, InterOrbital entre tantas outras que são frequêntemente fornecedoras de subsistemas em contratos diretos com o DoD e NASA, assim como em subcontratos com as grandes prime Boeing, Lockeedhed, Orbital Science, Sierra Nevada, etc. Na europa observamos o mesmo movimento, no entanto com maior foco em satélites de pequeno porte e classe Cubesats, tal movimento resultou em startups mais maduras e com maior estabilidade financeira, devido principalmente a pequena barreira de entrada, e uma série de heranças tecnológicas, onde os casos mais notáveis são a ISIS, GOMSPace e Clyde Space. Mais recentemente, o movimento comercial de lançadores de pequeno porte iniciado nos EUA vem se espalhando pelo mundo, e atualmente encontramos iniciativas dessa natureza em países como Suécia, Nova Zelândia, Rússia, Espanha, Japão, Israel, México entre outros.
Assim como os Cubesats vem revolucionando a indústria de satélites, e arrastando todo o mercado para aplicações mais audaciosas ao mesmo tempo mais acessíveis, muito em breve teremos soluções de acesso ao espaço mais acessíveis também. A empresa que esta mais adiantada nessa corrida, exluíndo-se SpaceX, BlueOrigin e LauncherOne, fundadas por bilionários excéntricos (e muitas vezes com estratégias excéntricas também), esta a empresa RocketLab que recebeu fundos oriundos de investidores de risco norte americanos e do governo Neozeolandês, somando não mais que US$ 20M. Tal empresa deve lançar entre 2016 e 2017 seu primeiro lançador, Eléctron, com uma capacidade de carga útil de 150 kg em órbita SSO de 500km, a um custo de US$ 4.9M.
O que podemos aprender com essas empresas? As empresas mais bem sucedidas nesse campo apresentam um padrão comportamental muito similar, baseado em estreita cooperação entre as agências espaciais de seus paises sede e as universidades, assim como relações ganha-ganha com as grandes primes do país. Essencialmente tais empresas mantêm uma postura de startup, mesmo depois de maduras, buscando se manter eficientes e enchutas, assim como investem em capacitação em estratégia de negócios, gestão da inovação e gestão avançada de projetos. Mais do que isso, essas empresas buscam diversificar suas áreas de atuação, assim como miram na exportação de seus produtos, ou pelo menos tentam (ITAR). Que a demanda dos programas da NASA e ESA são muito maiores que nossas demandas internas, é óbvio, no entanto mesmo nesses cenários, é possível notar entre a grande maioria das startups espaciais grandes esforços em exportação e projeção de seus produtos para o mercado internacional, principalmente para mercados considerados de alta lucratividade e “baixo” desenvolvimento interno como o Brasil.

Por que o Brasil é o cenário ideal para Space StartUps
Nosso país apresenta diversos pontos fundamentais para uma sólida indútria espacial, entre eles podemos elencar nossas excelentes universidades e nossos altamente criativos e inovadores universitários juntamente com um número considerável de especialistas com larga experiência nesse setor, principalmente egressos dos polos em São José dos Campos, Cachoeira Pta, São Carlos, Belo Horizonte, Natal, Santa Maria, São Luiz e Cuiabá. Essencialmente temos mão de obra altamente capacitada e excelentes mentores.
Temos no Brasil uma infra-estrutura de alto nível disponível para a indútria, podemos citar diversos INCTs, laboratórios tecnológicos do SENAI, laboratórios pertecentes aos orgãos executores do programa como o INPE/LIT e IAE, assim como outros pertencentes as universidades. Normalmente o acesso a esses laboratórios é incentivada, baseando-se em acordos de cooperação.
Outro ponto de inflexão para o meio ambiente no Brasil esta nos diversos programas de subvenção á inovação disponíveis por meio de instrumentos da FINEP, FAPs, FNDCT, BNDES, CNPq, ANEEL entre outras entidades. No entanto, tais instrumentos são normalmente de difícil acesso as startups ainda, seja  por uma interpretação errônea por parte das empresas, falta de pessoal especializado em captação de fundos públicos nas startups ou mesmo por competição desleal com empresas de médio e grande porte que se utilizam desses fundos recorrentemente para suas operações.
A nossa indústria de base tem atualmente capacidade para executar a maioria das demandas de projetos espaciais relacionadas ao movimento NewSpace em solo nacional. Diferentemente da tendência observada de integradores europeus, temos tecnologias de manufatura suficiente para construir derivações das plataformas Cubesats, assim como lançadores de pequeno porte quase que 100% nacionais, obviamente com maiores riscos e maiores investimentos em P&D, mas totalmente factível dentro dos valores de fundos públicos disponíveis no Brasil atualmente.
Por mais que nossa carga tributária seja pesada no Brasil, tanto para pessoa física como jurídica, caso se escolha um caminho de manufatura majoritariamente nacional, usando-se estratégias de D4M, os custos de logística, operação, manufatura e mão de obra serão altamente competitivos se comparados a esses mesmos custos nos EUA ou europa. Agora considerando os limites de custos operacionais para um lançador de pequeno porte ser realmente comercialmente viável, o Brasil se torna umas das escolhas mais atrativas, principalmente quando se pensa em orbitas equatoriais.
Concluíndo a tese, nosso PEB tem um passado de glórias, e uma larga capacidade e infra-estrutura já instalada. Estamos lentamente vendo essas conquistas se deteriorarem, seja por falta de constância nos investimentos financeiros, seja pela desmotivação dos jovens para seguir essa carreira ou pior ainda pela aposentadoria dos servidores que chegam ao fim de suas carreiras com um grau de refinamento e capacidade imensuráveis, e sem pupilos para a transmissão do bastão. A correta compreensão e incentivo desse movimento NewSpace no Brasil pode trazer um novo ímpeto ao PEB, com renovadas ambições, um melhor aproveitamente dos recursos públicos, um uso mais consciente da máquina pública, um ganho tecnológico geral para nossa indústria e principalmente motivação para as próximas gerações.



[3]Izola, D. História de dos Foguetes no Brasil, Ed. da FATEC-SP, Apoio Fundação de Apoio a Tecnologia – FAT, 1994.

[4]Silva. O, Fischetti, D. Casimiro Montenegro Filho, Ed. Bizz, 2006.



[7] Vance, A. Elon Musk: Tesla, SpaceX, and the Quest for a Fantastic Future, Ed. Ecco, 400pg, 2015.

[8]http://www.nasa.gov/mission_pages/cubesats/index.html

[9]http://www.interorbital.com/interorbital_06222015_002.htm

[10]http://www.pocketqubeshop.com/

[11]DePasquale, D. et al. Analysis of the Earth-to-Orbit Launch Market for Nano and Microsatellites, AIAA SPACE 2010 Conference & Exposition 30 August - 2 September 2010, Anaheim, California

[12]https://en.wikipedia.org/wiki/Budget_of_NASA

[13]http://mauriciotuffani.blogfolha.uol.com.br/2014/08/10/o-fracasso-do-programa-espacial-brasileiro/






terça-feira, 29 de março de 2016

Missão Centenário

Quais os reais resultados para a sociedade brasileira?



Por: Oswaldo Loureda

A Missão Centenário, realizada em 29 de março de 2006, certamente não foi uma missão espacial convencional, em diversos aspectos podemos chegar a essa conclusão. Primeiramente podemos analisar o aspecto histórico da mesma, dificilmente podemos pensar em uma forma mais alusiva de comemorar e homenagear o pioneiro voo de Petit Santo, nosso Santos Dumont, abordo do 14 Bis em Paris, 100 anos antes.
Outro aspecto a ser considerado, a carga útil composta pelos experimentos de microgravidade embarcados na ISS durante a missão, trouxeram resultados ímpares para seus pesquisadores aqui na terra. Os experimentos tecnológicos, desenhados e desenvolvidos por pesquisadores da UFSC, dos laboratórios de Combustão e Engenharia de Sistemas Térmicos, e Laboratório de Tubos de Calor tem aplicação direta no campo de controle térmico de sistemas espaciais, componentes até então importados a preço de ouro, recentemente essas pesquisas também deram base para spin-offs no campo de fornos para padarias, por mais incrível que isso pareça. No entanto se olharmos bem para nossas tecnologias usuais atualmente, veremos centenas delas como derivação do campo espacial.
Os experimentos de cunho mais científico, ou com aplicações menos imediatas, foram desenvolvidos pela Embrapa, o CenPRA, FEI e pela UERJ, com temas bastante avançados, gerando posteriores reproduções por parte de outras agências espaciais. Citando apenas o exemplo do experimento concebido pela Unidade de Recursos Genéticos e Biotecnologia da Embrapa, apesar de classificado como experimento de cunho científico, o estudo da germinação de sementes em ambiente de microgravidade, feito pela Embrapa, veio melhorar nosso entendimento sobre um aspecto do plantio que tem impacto direto em nossa economia. 
Além da oportunidade de projetar a bandeira nacional no campo aeroespacial de uma forma global, e entrar no hall de países que possuem astronautas entre os seus, a missão centenário provocou um impacto enorme na sociedade brasileira de um modo geral. Para aqueles que não tinham interesse pela área de ciência e tecnologia na época, foi um bom motivo para olhar para o setor de uma forma diferente, mais próxima talvez, afinal tínhamos um compatriota lá no espaço, não era mais “coisa de americanos” apenas.
Juntamente com os experimentos científicos e tecnológicos, a missão também foi responsável por realizar alguns experimentos de cunho puramente educacional e motivacional, desenvolvidos por alunos do ensino fundamental de São José dos Campos, atividade essa muito elogiada pela NASA. No entanto, o produto direto desses experimentos foi o incentivo a carreira de ciência e tecnologia para algumas dezenas ou centenas de jovens alunos de São José, o que é muito bom, obviamente, mas termina ai?
Para a geração com idade entre 10 e 25 anos aproximadamente, que tinha algum interesse pela área científica e tecnológica, a missão centenário representou não somente um marco histórico, mas um marco de superação nacional, um marco de “Eu Posso, Nós também podemos” fazer tecnologia espacial, lançar foguetes, construir satélites e ir ao espaço. O Brasil possui uma longa história de superação e sucessos no campo aeroespacial, no entanto, nunca o cidadão comum teve a chance de perceber isso de forma tão clara, quanto no momento que pôde ver aquele foguete Soyuz de 305 toneladas decolando com um Brasileiro lá dentro, carregando nossa bandeira em todos os sentidos, não como um turista ou um estrangeiro naturalizado, mas sim como um representante da nossa própria Agência Espacial e de nosso talento, nosso povo.
Dezenas de milhares dos jovens engenheiros e cientistas no Brasil atualmente foram incentivados e motivados nessa carreira por meio desse lançamento, por meio das palestras do Astronauta Marcos Pontes ou mesmo por artigos na imprensa. Mas fica a questão, qual o valor disso para uma nação continental como o Brasil? Quanto isso vale? Gastamos R$ 1,080 bilhões no Itaquerão, será que daqui a 10 anos teremos 57 vezes mais resultado do que os R$ 19 milhões investidos na missão centenário gerou? Só mesmo o tempo dirá.

terça-feira, 15 de março de 2016

Um pouco de RocketScience   


A muitos anos venho desenhando e lançando pequenos foguetes de sondagem, mas sempre tive o desejo de desenvolver um veículo com capacidade para chegar efetivamente ao espaço. Finalmente por meio da experiência adquirida ao longo dos anos na Acrux Aerospace, no IAE e nas excelentes escolas que tive a oportunidade de passar estou realizando agora esse antigo desejo. Ainda apenas resultados preliminares, mas extremamente empolgantes.
   É importante salientar que para essa missão de payload e apogeu, acredito que propulsão sólida  ou híbrida seria a escolha mais barata e simples, no entanto, esse projeto é dedicado ao desenvolvimento de uma plataforma de treinamento, educação e para missões especiais que necessitam de fino controle de velocidade, empuxo e trajetória... Próximo passo, Upper Stage =D


Apogeu: 100 km
Massa Total: 81 kg
Payload: 5 kg




quarta-feira, 2 de março de 2016

  Como gerar cientistas no Brasil de hoje



Físico Leandro Schip, do Parque da Ciência Newton Freire Maia em Pinhais/PR

   Tive o prazer de passar esse sábado no Madatech, Israel National Museum of Science, Technology, and Space, uma tarde realmente especial. Em várias partes do museu vi placas de empresas e indíviduos que doaram somas de recursos para partes do museu, exposições específicas ou simplesmente para a manutenção do museu. A estrutura realmente muito boa, muito conservada, no entanto, nesse dia de maior movimento (com uma entrada custando 90 Shekels (em torno de 100 reais), meia para estudantes do Technion =D) vi apenas um monitor na expoisição principal, no restante do parque não vi ninguém. No entanto mesmo assim, as crianças se divertiam pra valer, assim como muitos pais também. Gostaria de fazer um paralelo com nossos museus e parques de ciências pelo Brasil, que nunca poderiam cobrar uma entrada nesse valor, e que em raríssimas excessões podem contar com algum recurso privado. 

   Temos diversos museus interativos no Brasil, como exemplo o Parque da Ciência Newton Freire Maia em Pinhais/PR, a Estação Ciências e o Museu Catavento em São Paulo, o Museu de Ciência e Tecnologia da PUCRS em Porto Alegre, o Espaço Ciências em Recife, a Casa da Ciências em Aracaju. O que vi em comum em todos esses lugares? Dois ingrediantes principais, infelizmente falta de recursos e em alguns casos um completo desprezo por parte das “autoridades” públicas, e o outro ingrediente, uma vontade, garra e criatividade enorme por trás das pessoas envolvidas com o funcionamento dessas instituições, normalmente com vários monitores e até diretores dando verdadeiras aulas. São situações assim que me fazem amar mais minha nação. Por mais que muitos discordem, em minha perspectiva, a divulgação científica tem a mesma importância que o avanço da ciência em si. Uma nação NÃO avança tecnologicamente com alguns poucos cientistas e engenheiros, e uma corja de ignorantes e analfabetos funcionais no poder.

   Esse meu grande amigo da foto era um daqueles físicos metidos, daqueles que se metem em tudo, não tinha medo de não saber, se não sabia estudava, se era necessário ele fazia, principalmente quando o assunto era educação e difusão de ciências. Esse grande amigo, não só era um excelente educador, mas um excelente físico, técnico em automação, além de um grande cineasta. Esse cara pensou muito “fora da caixa” e tenho certeza que milhares de jovens que passaram pela sua vida no Parque da Ciência em Pinhais olham a ciência de um modo especial. A sua missão foi muito bem cumprida amigo, ficaram muitos discípulos, que venham mais Schips para formar a base da nossa nação.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Qual o melhor caminho para o Programa Espacial Brasileiro?


Pela visão de um pesquisador/empreendedor






A crítica mais antiga que notamos sobre o Programa Espacial Brasileiro – PEB sempre foi a mesma, “não temos verbas”, creio que desde o início do programa essa frase era bastante repetida. Inicialmente, quando comecei a me apaixonar pela área aeroespacial, e alguns anos depois descobri que o Brasil tinha de fato um PEB, acreditava que seria apenas questão de tempo até termos nosso próprio lançador operando e quem sabe até plataformas orbitais. Me formei como tecnólogo em mecânica de precisão pela FATEC-SP, e no mês seguinte, mudei-me para São José dos Campos, o berço aeroespacial brasileiro para iniciar o mestrado no ITA.

Cheguei na cidade com diversos sonhos e expectativas, naturalmente algumas se frustraram e outras não, mas passei um tempo muito precioso dentro do DCTA, entre 2007 e 2015, e com certeza foi o período de minha vida em que mais aprendi, em todos os sentidos. Nesse período conclui um mestrado em engenharia aeroespacial e um doutorado em engenharia aeronáutica-mecânica, e em 2008 comecei minha startup, a Acrux Aerospace Technologies, sob as orientações da incubadora tecnológica da Fundação Casimiro Montenegro Filho, INCUBAERO.

Após esses anos como pesquisador e empreendedor, ainda me surpreendo com diversas situações e fatos do PEB, e como nossas atividades aeroespaciais são executadas. Temos alcançado grandes resultados durante esses anos, e vi de perto como esses resultados foram alcançados, tipicamente pelo esforço homérico de alguns profissionais chaves em nosso PEB. No entanto, pela soma de recursos públicos que é injetado no PEB, que ainda é pouco perto de nações pertencentes aos BRICS por exemplo, sinceramente creio que poderiamos alcançar maiores resultados.

O primeiro desafio que precisamos resolver é a famigerada lei de licitações no 8.666 de 1993, que emperra consideravelmente a contratação de serviços e a aquisição de produtos por parte de orgãos públicos. A solução seria dispensar esse instrumento para a P&D? Talvez em alguns países funcionaria, mas não no Brasil de hoje, pelo simples fato de a classe empresária não ser ética o suficiente ainda. Precisamos sim de novos marcos legais, mas de forma nenhuma podemos dispensar a abertura a concorrência e tomada de preços.

Precisamos sim de um marco legal que diferencie a pesquisa aeroespacial e que valorize a indústria nacional, valorize a especialização dos funcionários, valorize a cooperação com universidades mas não a torne exclusiva e faça tomada de preços internacionais para evitar abusos de preços, prática quase constante na indústria aeroespacial no Brasil.

O segundo desafio esta na gestão de nosso PEB, por mais que a Agência Espacial Brasileira – AEB seja atualmente a gestora do PEB, com o pessoal efetivo que a mesma possui é praticamente impossível gerir eficientemente e com agilidade tudo o que esta sendo executado em termos de PEB dentro do INPE, DCTA, CLBI, CLA e todas as universidades envolvidas com o PEB (que ainda não são suficientes para as pretenções do PEB). Como poderiamos esperar a criação de novos programas, a gestão e a fiscalização efetiva de todas as ações do PEB? Vamos fazer uma comparação não muito justa, mas por que não um dia? A NASA emprega mais de 18mil funcionários diretos e 40mil sob contratos temporários, o JPL apenas, mais 5mil diretamente.

Creio eu que uma modernização da AEB, com no mínimo o dobro de postos de trabalho seria de enorme importância para nosso PEB, e não aumentaria significamente o volume de recursos dispendidos para o setor. A contratação de um número suficiente de funcionários especializados em gestão de projetos, gestão da inovação, desenvolvimento estratégico, gestão pública e engenharia de sistemas iria ajudar muito na fluência de todos os processos.

O terceiro grande desafio lincado com o segundo é justamente o efetivo envolvido no PEB. Esse é um problema bastante complexo, pois nesse momento temos dezenas de profissionais pesquisadores da mais alta capacidade aposentando-se e indo pescar. Esses excelentes profissionais deveriam possuir um regime de trabalho diferenciado no final de suas carreiras, dedicando parte do tempo voltado para o treinamento e capacitação de novos engenheiros.

Até ai, a criação de um programa de mentoring é relativamente simples de implementar, mas precisamos de muito mais contratações sejam por CLT ou concursos públicos. Ai entra outra grande necessidade do nosso PEB, que já gerou problemas para diversos gestores anteriormente. É necessário urgentemente a criação de mais um instrumento jurídico que permita de forma desburocratizada a contratação legal de funcionários por regime CLT. Tal possibilidade de contratação iria aumentar muito a eficiência na gerência do quadro de efetivos, e suas alocações.

O quarto grande desafio na minha visão é estabelecer uma relação mais justa e sustentável com a indústria. Em muitos paises desenvolvidos, empresas do setor espacial podem sobreviver somente de contratos governamentais, mas definitivamente não é o caso do Brasil. Devemos então criar demandas para sustentar a indústria? Absolutamente esse não é o caminho, a indústria é quem deve servir aos interesses de pesquisa, desenvolvimento e produção da nação.

Como vamos possuir uma indústria espacial sustentável então? Primeiramente temos de acabar com vantagens, indicações e o tráfico de influência que ronda algumas de nossas indústrias aeroespaciais no Brasil atualmente. Tal problema gera atrasos, produtos com baixa qualidade e principalmente preços abusivos que tornam qualquer projeto inviável. Por mais que tivéssemos a causa da nacionalização a alguns anos, hoje precisamos pensar de forma diferente, mais voltada para o mercado, rumo a sustentabilidade do programa.

As indústrias espaciais no Brasil precisam se diversificar, e atender outros mercados além do segmento espacial, de forma a manter sua saúde financeira e suas equipes. Essa é uma premissa no Brasil, e não é uma estratégia nova. Dessa forma, as empresas podem atender a contratos específicos quando necessário, e não precisam aplicar preços abusivos para manter o caixa da empresa por anos.

Atualmente possuimos algumas empresas nesse setor que se negam a diversificar e mantêm suas atividades baseando-se em editais de P&D, no entanto, ao agirem dessa forma contribuem para o monopólio e a extinsão das micro e pequenas empresas no setor. Em um pais com recursos limitados como o Brasil uma solução para o desenvolvimento de um PEB sustentável está justamente na criação de dezenas ou centenas de micro e pequenas empresas, intimamente integradas as universidades e os institutos de pesquisa, tal ecosistema é encontrado em diversos polos tecnológicos pelo mundo, como o Vale do Sílicio.

Devido a natureza inovadora de sua gestão, essas startups tem enorme potencial de desenvolvimento de avanços tecnológicos e solução de problemas com frações do custo de empresas de maior porte, no entanto, esse tipo de empreendimento necessita de apoio governamental em seus primeiros anos, mas a maior parte dos recursos que deveriam servir para esse fim no Brasil tem sido injetados em pouco inovadoras e caras empresas de médio e grande porte a vários anos.

O quinto grande desafio a vencer esta na cooperação internacional, que é atualmente um dos grandes pilares do desenvolvimento aeroespacial mundo a fora. O Brasil por algumas razões históricas, algumas escolhas tecnológicas e algumas vendas de armamentos a paises não amigáveis aos USA, tem grandes restrições na importação de componentes, sistemas e mesmo cooperação em algumas áreas, principalmente lançadores.

Além desse histórico, o Brasil na última década tem se aproximado de paises comunistas ou pseudocomunistas, e isso tem dificultado o diálogo no sentido de acesso a tecnologias correlatas a área de lançadores. No entanto, o INPE tem feito grandes avanços em missões internacionais científicas e de observação da terra. Creio que o modelo de cooperação que o INPE tem estabelecido com diversas agências espaciais tem funcionado muito bem ao longo desses anos, e creio que poderiamos tentar replicar esse modelo no campo de lançadores, e de forma mais intensa buscando parceiros talvez dentro do bloco dos BRICS ou mesmo de paises do leste europeu.


Não creio de forma alguma que meu ponto de vista contemple todo o problema, mas gostaria de contribuir com alguns aspectos que creio serem importantes, e que tipicamente não vejo muito diálogo. Nesse sentido creio que mais discussões e com mais representantes de todos os players do setor poderia trazer mais luz sobre o melhor caminho a seguir.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Últimos momentos no Brasil... 

Embarcando em um B747 da BritishAirways rumo ao Ben Gurion Airport em Tel-Aviv. Recebi esse último carinhoso adeus do meu pais.