domingo, 13 de outubro de 2013

CTS e a realidade na Sala de Aula

            Na realidade, é conhecido que o movimento Ciência, Tecnologia e Sociedade possui a essência de dezenas de ideologias, que culminaram na conclusão da necessidade de novos conceitos, como os apresentados nesse movimento. A sociedade de 70 ainda vivia reflexos e traumas das duas últimas grandes guerras mundiais, além claro, da sombra da Guerra Fria, Guerra das Coreias e do Vietnã principalmente. Nesse contexto, os ideais do movimento CTS são de fato bastante lógicos e fundamentados, onde é possível detectar os primeiros esforços reais das autoridades governamentais de formação dos jovens de forma holística e integrada, de forma talvez multidisciplinar.
            No entanto, com o passar do tempo, tal filosofia foi se desatualizando e passando a figurar de forma mais teórica do que prática propriamente dita, gerando assim dezenas a centenas de trabalhos de conclusões, dissertações e teses, no entanto, ficando ao largo da real aplicação ao longo das últimas décadas.
            De forma a fundamentar o exposto anteriormente, basta buscar maior reflexão sobre as novas diretrizes de ensino amplamente defendidas nos EUA e Europa na última década. Tais nações perceberam a duras penas a importância da tecnologia em suas sociedades e principalmente economias, gerando assim respostas de estado para o incentivo as carreiras ligadas a ciência e tecnologia, entre elas principalmente as carreiras de Engenharias, Física, Química e Matemática.
            Tal movimento, conhecido na europa e nos EUA por Science, Technology, Engineering and Mathematics - STEM é defendido de forma clara, e o objetivo de tal programa é essencialmente gerar mão de obra qualificada para suas indústrias e centros de pesquisa, garantindo assim a forte economia tecnologista, e também a soberania sobre outros povos. Tal filosofia tem gerado justamente, o que é observado nitidamente em telejornais internacionais, cidadãos ignorantes geopoliticamente, manipuláveis, psicologicamente frágeis mas produtivos tecnicamente falando. É possível notar tal tendência pelos resultados de desempenho de alunos de nações que vivem esta filosofia em olimpíadas internacionais de conhecimento. Notadamente, nações que possuem alunos com altíssimo desempenho em matemática, ciências e engenharia não obtêm os mesmos bons resultados em criatividade, filosofia, letras e etc.

            No Brasil, a situação ainda é mais grave, excluindo as escolas privadas, as escolas públicas, mesmo com a LDB/96, não tem condições de ministrar o ensino de forma integrada, muito menos de forma global. Tipicamente cada professor faz um esforço homérico para tentar cumprir ao menos 60% de sua grade curricular, nesse contexto de faltas, violência, desnutrição, feriados, futebol, péssima administração pública, indisciplina, baixos salários, politicagem barata, aplicar CTS, mesmo que desatualizado, ainda esta bem distante da realidade de nossas escolas (públicas). 

          Talvez seja justamente a oportunidade para implantarmos no Brasil uma nova filosofia, baseada no desenvolvimento científico, tecnológico, FILOSÓFICO, ARTÍSTICO, ÉTICO E POLÍTICO voltado para a sociedade brasileira. Para tanto, necessitamos de uma maior valorização do professor, das escolas, e da nossa juventude.


Oswaldo Loureda
Equipe ACRUX

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